sexta-feira, 7 de agosto de 2015

MINHA EXPERIÊNCIA COM AMAMENTAÇÃO

            Como sabem tenho dois filhos, Manuela que faz 7 anos agora em setembro e Murilo com 1 e ano e 3 meses.
            Sempre achei que gravidez, parto e amamentação fossem coisas naturais. E as vezes é, mas em outros casos acontece algumas complicações que as coisas tomam outro rumo.
Vou contar hoje sobre minha experiência com amamentação. Primeiro com Manuela, filha tão desejada, gravidez correndo tranquilamente até o 6 mês, depois disso vieram complicações (outra hora conto) e enfim ela precisou nascer de cesária com 33 semanas pesando 1,590 kg. Ficou na UTI neonatal 18 dias para ganhar peso. Nos 5 primeiros dias eu tirava o leite com uma bombinha, colocava em um frasquinho e levava para o hospital. Eles davam a ela este leite, complementando com Nan (ou o contrário). Somente com 5 dias de vida pude pegá-la no colo e amamentá-la. Foi de primeira, ela não deve nenhuma dificuldade para fazer a pega, mas para não se cansar muito, tinha tempo para ela mamar. Ela precisava ganhar peso urgente, então mamar por um tempo longo significava queima de caloria.
             Bom quando a levamos para casa (com 1.900 kg) continuei o processo, amamentar primeiro e depois completava com a fórmula, pois ela tinha que ganhar peso. Mas começava agora uma nova situação. Ao contrário de muitas mães, nunca fiquei a vontade em amamentar a Manuela em público, e muitas pessoas ainda puxavam a fraldinha para ver ela mamando (isso me matava). Sempre fui muito constrangida com estas coisas e não me sinto menos mãe por isso. Mas aconteceu que eu comecei a evitar amamentar,  principalmente quando tínhamos visita ou quando saíamos. Já dava logo a mamadeira, enfim, o inevitável aconteceu, aos poucos ela foi largando o peito e com pouco mais de 3 meses não amamentava mais. Considero que não tive muito sucesso, talvez por falta de orientação e por constrangimento mesmo. Se fosse hoje, com certeza faria diferente, pediria licença para as pessoas, iria para um outro ambiente onde pudesse ficar a sós com meu bebê. Enfim, agora já passou e graças a Deus ela é uma criança linda, saudável, inteligentíssima e nos enche de orgulho.
          Agora minha experiência com o Murilo. Nasceu de parto cesária o que faz com que o organismo demore um pouco a compreender e mandar o comando para o leite descer. Vinha amamentando exclusivamente apesar de doer muitoooooo (com Manuela não doía nada). Só de imaginar que ia amamentar eu ficava toda arrepiada. Ele nasceu numa segunda-feira. Na quinta-feira da mesma semana, comecei a sentir dores no corpo e amamentar estava virando tortura mas continuei, na sexta-feira meu leite desceu e comecei a ter febre muito alta. Minha médica me atendeu com urgência e achou que pudesse ser os pontos da cesária, me passou um antibiótico. Neste mesmo dia, com muita dor por todo corpo e muita febre tive de pedir ajuda a mamadeira e ao Nan. Ele aceitou super bem. Comprei uma bombinha destas manuais para tirar o leite e dar na mamadeira também (doía menos a bombinha do que ele mamando). Mas enfim, passei o fim de semana terrível e a febre não cedia. Na segunda-feira, uma semana depois do parto voltei a medica e pediu alguns exames e trocou o antibiótico por um mais forte. No dia seguinte acordei toda empolada, principalmente das pernas e coçava muito. Fiz os exames que a médica pediu de sangue e ultra som abdominal para ver se podia ser algo de errado com a cicatrização. O hemograma deu alteração nas plaquetas (tinham diminuído), no dia seguinte repeti o exame (diminuiu mais), adivinhem qual a suspeita: Dengue. Já pensou o que é uma pessoa com menos de uma semana pós parto ficar com dengue? Pois é, eu tive, a sorologia para dengue confirmou. Foi muito difícil as duas primeiras semanas. Quando comecei a melhorar, voltei a amamentar o Murilo. Continuava a doer, não sei onde consegui forças para passar por isso, via até estrelas, mas insisti e a dor foi diminuindo. Ele mamava no peito e depois completava com mamadeira. Mas quando ele estava com uns 3 meses, precisou fazer dieta pois estava muito acima do peso. O médico disse para ele amamentar e ir diminuído o complemento da mamadeira e assim fiz, até que chegou dias que ele nem tomava mamadeira. Usava este recurso quando ficava com alguém para eu sair. Quando ele fez um ano tive de parar de amamentá-lo porque tive de fazer um tratamento de saúde onde ele não poderia amamentar mais. Para ele este processo foi até tranquilo pois como ele já tomava mamadeira não sentiu muito, mas para mim foi terrível, fiquei com muito mau humor, com dor no corpo, esquisita, mas passou. Considero ter sido bem sucedida na amamentação com o Murilo.

           Estava ansiosa em compartilhar com vocês pois vejo muitas campanhas sobre amamentação e dá a impressão que mãe que é mãe amamenta em qualquer lugar, mãe que é mãe não tem vergonha de por os peitos “para fora”. Mãe que é mãe amamenta até os 2, 3, 4 anos. Bom, enfim, admiro de verdade quem faz tudo isso mas as vezes a mãe ama muito seu filho e mesmo assim não consegue amamentar, tem vergonha de amamentar em público e não quer ter um filho grande amamentando. Esta mãe é igual as outras, ama tanto como as outras. Pense nisso!!